quinta-feira, janeiro 20, 2011

Pensamento do Mago - Vende-se tudo

Oi amiga(o),
Faço parte de um grupo desses do Google, e encontrei nele o texto abaixo, que uma das amigas compartilhou com os demais. Uma lição de vida que achei interessante, e que gostaria de também partilhar com vocês...



http://www.youtube.com/watch?v=kxF7ifPtxcU
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Vende-se Tudo - Martha Medeiros

No mural do colégio da minha filha encontrei cartaz escrito por uma mãe, avisando que estavam vendendo tudo o que tinham em casa pois a família voltaria a morar nos USA. O cartaz dava o endereço do bazar e o horário de atendimento.
Uma outra mãe, ao meu lado, comentou:
- Que coisa triste ter que vender tudo que se tem.
- Não é não, respondi. Já passei por isso, e é uma lição de vida!! Morei uma época no Chile e na hora de voltar ao Brasil, trouxe comigo apenas umas poucas gravuras, uns livros e uns tapetes. O resto vendi tudo, e por tudo entenda-se: fogão, camas, louça, liquidificador, sala de jantar, aparelho de som, tudo que compõe uma casa.
E como nós não conheciamos muita gente na cidade o meu marido anunciou o bazar em seu local de trabalho e esperamos sentados, que alguém aparecesse.. E, sentados no chão, pois o sofá foi o primeiro que se foi!! Às vezes o interfone tocava às 11 da noite. Era alguém que tinha ouvido comentar que ali estavam vendendo uma estante!!
Eu convidava pra subir e em dez minutos negociávamos um belo desconto. Além disso, eu sempre dava um abridor de vinho ou um saleiro de brinde e lá se iam meus móveis
e minhas bugigangas.
Um troço maluco: estranhos entravam na minha casa e desfalcavam meu lar, que cada dia ficava mais nu, mais sem alma. E no penúltimo dia ficamos só com: o colchão no chão, a geladeira e a tevê. E no último, só com o colchão, que o zelador comprou e compreensivo, topou esperar a gente ir embora antes de buscar. Ganhou de brinde os travesseiros...
Guardo esses últimos dias no Chile, como o momento da minha vida em que aprendi a irrelevância de quase tudo que é material. Eu nunca mais me apeguei a nada que não tivesse valor afetivo. Deixei de lado o zelo excessivo por coisas que foram feitas apenas para se usar, e não para se amar.
Hoje me desfaço com facilidade de objetos enquanto se torna cada vez mais difícil me afastar de pessoas que são ou foram importantes não importando por quanto tempo estiveram presentes na minha vida...
Desejo para essa mulher que está vendendo suas coisas para voltar aos USA a mesma emoção que tive na minha última noite no Chile. Dormimos no mesmo colchão, eu, meu marido e minha filha, na época com 2 anos de idade, nos aquecendo mutuamente, pois nossas roupas já estavam guardadas nas malas. E fazia muito frio... Ao acordarmos, uma vizinha simpática, nos ofereceu o café da manhã, já que não tínhamos nem mesmo uma xícara em casa...
Fomos embora carregando apenas o que havíamos vivido, e levando todas as emoções.
Nenhuma recordação foi vendida, deixada para trás e/ou entregue como brinde...
Não pagamos excesso de bagagem, e chegamos aqui com um outro tipo de leveza, a de que só possuímos efetivamnte na vida o que dela podemos levar ao partir, sendo que isso se aplica a todas as coisas, inclusive aos nossos sentimentos mais intimos...
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http://www.youtube.com/watch?v=VflKiZzb4h4

Pense nisso...


Mago Merlin, 23 Jan 2011

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